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«O que importa são os lírios porque os lírios, lírios são.»

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«O que importa são os lírios porque os lírios, lírios são.»


Esta frase acompanha a minha infância. O meu tio-avô Hélder Ribeiro escreveu uma música que começa precisamente com ela.


Sempre me interroguei com o trocadilho e com seu significado.


Agora talvez a use para falar sobre autoconhecimento e heteroconhecimento.



Os lírios são, sem hesitar. Nós duvidamos de quem somos.


A vida é plena no simples ato de existir. Nós temos uma identidade construída e questionada.


Nos lírios há uma existência plena. Em nós, há uma busca constante de sentido.


Os lírios não se conhecem. Nós conhecemos os lírios.


Os lírios conhecem-se. Nós não nos conhecemos.


Os lírios mostram-se. Nós escondemos-nos.


Os lírios aceitam-se. Nós não nos aceitamos.


Os lírios confiam. Nós estamos a aprender a confiar.


Os lírios são. Nós estamos a aprender a ser.


Aquilo que os lírios são, são. O que nós parecemos, nem sempre somos.


O importa são os lírios porque são. O que importa em nós é sermos, simplesmente, o que somos. 


Como os lírios, também podemos florescer com autenticidade.


Também podemos revelar o melhor de nós.


Também podemos confiar em quem somos e no que podemos vir a ser.



O que para mim importa e onde devo direcionar o que sou, os meus desejos e pensamentos?


Talvez para a luz. 


Talvez para a coragem. 


Talvez seja preciso silêncio e recolher-me nesta altura do Outono para, mais tarde, florescer. 


Como diz o final da música, há esperança! «fica a vida que nos arde, fica a voz….a dizer-nos que a esperança não findou».



Bom fim de semana!



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