Muitas questões problemáticas que enfrentamos como a depressão, a ansiedade e fobias estão frequentemente relacionadas com a nossa história familiar, perdurando um ciclo de sofrimento.
Ao nível da prevenção, muitos autores, como Solomon, referem a necessidade de fazer um esforço para alterar padrões familiares, como exemplifica este trecho: “Para melhorar a saúde mental das crianças, por vezes é mais importante tratar a mãe do que tratar a criança; é necessário tentar alterar padrões familiares negativos para incorporar flexibilidade, capacidade de resistência, coesão e capacidade de resolução de problemas” (“O Demónio da Depressão”).
Este verão, uma amiga mostrou-me um pequeno vídeo comovente cuja história principal era de um filho que não podia voar porque, sempre que o fazia, a mãe chorava. Ele, então, consolava a mãe e não partia. Quando finalmente conseguia voar, a mãe dava-lhe agasalhos tão pesados que ele caía, ficando assim impossibilitado de voar (ela fazia-o com a intenção de o proteger do perigo). À medida que foi crescendo, manteve-se perto, mas nunca conseguiu ir longe, enquanto os amigos voavam. No final, ele consola a mãe como se fosse uma criança. De facto, para muitos filhos com um progenitor deprimido ou ansioso, o intuito pode estar mais em dar conforto do que em receber, o que, mais tarde, pode levar a um sentimento de sobrecarga.
Este é um simples retrato de como, muitos de nós, inconscientemente, assumimos a dor das figuras significativas (pais, família…), sem perceber exatamente como nos poderíamos libertar. Pode haver, inclusivamente, transferência destes comportamentos, sentimentos e atitudes para pessoas próximas, sejam amigos, filhos, cônjuges ou colegas de trabalho.
No entanto, não é culpabilizando os pais nem gerando mais descontentamento que se pode resolver o problema, mas sim indo à origem do mesmo e compreendendo como essa situação pode melhorar. Precisamos também de sentir conforto e apoio ao nosso redor para que, lentamente, sentimentos menos positivos se convertam em calma e bem-estar.
A consulta psicológica serve para identificar, aprofundar e modificar padrões, de modo a reconstruir uma nova configuração e alcançar maior liberdade e plenitude.
Para marcação faça-o através do link
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ou site www.sofiasantosrodrigues.com
Solomon, A. (2012). O demónio da depressão. Quetzal Editores
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