Segundo Zigmunt Bauman em “ A Arte da Vida” (2017), podemos estar dispostos e enfrentar águas turbulentas, locais de trabalho incertos e frágeis, pressões constantes para mostrar a nossa coragem ou o nosso valor. A mão amiga, a boa vontade pode ser uma bênção. Considera ainda que o amor se abstém de prometer um caminho fácil para a felicidade e para o sentido, no entanto, na sociedade contemporânea, as práticas consumistas prometem um tipo de vida fácil, mas, pela mesma razão, torna a felicidade e o sentido reféns do destino.
«O amor não é algo que se possa encontrar, não é um objet trouvé nem um ready-made. É algo que precisa de ser feito de novo e refeito a cada dia, a cada hora; constantemente ressuscitado, reafirmado, servido, cuidado. Em conformidade com a crescente fragilidade dos vínculos humanos, a impopularidade dos compromissos a longo prazo (…) o amor tende a ser visto como perfeito desde o início ou fracassado…(…) não se espera que o amor sobreviva à mais pequena discussão, quanto mais à primeira discordância e confronto sérios…»
Conclui com o princípio dum spiro, spero (enquanto respiro, há esperança, sendo mais conhecida a expressão “onde há vida, há esperança”), acrescentando que sem trabalho duro, a vida não ofereceria nada que fosse valioso.
Bauman, Z. (2017). A Arte da Vida. Lisboa: Relógio de Água Editores
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