Há avós que são exemplo, pois equilibram os papéis de cuidadores, mediadores familiares, companheiros e mentores sendo cuidados ou cuidadores, e simbolizam a resiliência psicológica, sabedoria adquirida ao longo da vida e as complexas relações familiares.
Ao ver na testa da avó L., um “psi” Ψ , tradicionalmente associado à psicologia, senti-me convidada à reflexão sobre o universo simbólico que cada avó carrega: os desafios emocionais e todas as dinâmicas psicológicas e sociais que envolvem o envelhecimento, assim como o importante papel no desenvolvimento infantil, nas relações avós- netos, e na exigente transição para reforma.
No cenário atual, de crescentes políticas sobre o envelhecimento ativo, e apesar do aumento da esperança de vida, persistem muitos estigmas no mercado de trabalho em relação a trabalhadores mais velhos e reformados.
O conceito de envelhecimento está frequentemente associado a sentimentos de perda, tristeza, isolamento e abandono. Numa sociedade que valoriza padrões de beleza, jovialidade e rejuvenescimento, envelhecer pode ser vivido como algo vergonhoso.
A velhice é muitas vezes encarada como uma doença, algo com que é difícil lidar e que desperta sentimentos de vergonha e humilhação.
A Psicologia Vocacional há muito alerta no impacto que a transição para a reforma pode impactar a saúde mental, sobretudo numa sociedade que define a identidade das pessoas pela sua produtividade e pelo capital que geram.
Torna-se, assim, cada vez mais importante valorizar a aprendizagem ao longo da vida, nomeadamente o “saber ser”, modificando a forma como pensamos, sentimos e agimos perante a idade ou sobre a velhice.
Redefinir o significado de envelhecer, compreender os ciclos de vida e encarar a transição para a reforma são etapas importantes no desenvolvimento pessoal e social.
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