Muitas vezes, é difícil libertarmo-nos de acontecimentos violentos, especialmente num momento em que assistimos a tanta violência à nossa volta, que parece estar a aumentar em diferentes níveis. Embora haja violência em larga escala, também precisamos de estar atentos à violência do dia a dia, mais próxima de nós. A violência no meio familiar, sobretudo na micro-sociedade, pode ser extremamente nefasta.
Que acontecimentos traumáticos ocorreram na nossa história familiar?
Segundo António Coimbra de Matos (2011), “a violência — seja de que tipo for: intimidação, opressão, indiferença, rejeição, imprevisibilidade, paradoxalidade, frustração, privação, tantalização, totalitarismo — é sempre maligna e morbígena, porque viola direitos, realizações, expetativas e frustra a incontornável necessidade humana de segurança, afeto, apreço e consideração.
Somos seres de relação e para a relação; é na relação que criamos esperança, alegria de viver, entusiasmo pela vida, necessidade de produzir e desejo de criar — mais e melhor, para o presente e para o futuro. Somos seres de futuro, criadores…(...) ousemos lutar contra toda e qualquer violência.”
É preciso cuidar daquilo que criamos, mas também olhar para a nossa história, para os nossos processos, e perceber se temos feridas no nosso passado. Uma vida sem traumas é rara, e estes podem ocorrer em qualquer altura da nossa vida.
Há que olhar, cuidar, curar, relacionar, criar e (re)criar.
Coimbra de Matos, A. (2011). Relação de qualidade: penso em ti. Climepsi Editores.
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